19 de Abril de 2024 -
 
12/06/2018 - 15h00
Trump e Kim Jong-un assinam acordo pelo fim das armas nucleares na Coreia do Norte
Acordo com quatro itens foi assinado durante encontro histórico dos líderes dos EUA e Coreia do Norte.
Redação
G1.Globo

A Coreia do Norte se comprometeu com o desmonte do seu programa nuclear nesta terça-feira (12), durante o encontro inédito de seu líder, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Singapura.

Os dois países “decidiram deixar o passado para trás” e “o mundo verá uma grande mudança”, segundo Kim, que assinou uma declaração de quatro itens durante o encontro com o chefe de estado americano. O engajamento com o fim da produção de armas nucleares e a desnuclearização completa da península coreana era uma condição imposta pelos EUA para a realização da histórica cúpula.

Porém, o documento final do encontro não estabelece metas ou detalhes de como o compromisso será colocado em prática para que o abandono da produção seja feito de forma completa, irreversível e verificável, como pedem os Estados Unidos.

O compromisso com o desmonte do programa nuclear já consta na Declaração de Panmunjon, assinada após o encontro de líderes das duas Coreias, em abril.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte,
Kim Jong-Un, assinam declaração conjunta em Singapura, naterça-feira
(12) - (Foto: Reuters/Jonathan Ernst)

O documento assinado por Trump e Kim nesta terça possui quatro pontos:

1 - EUA e Coreia do Norte se comprometem a estabelecer relações de acordo com o desejo de seus povos pela paz e prosperidade;

2 - Os dois países irão unir seus esforços para construir um regime de paz estável e duradouro na península coreana;

3 - Reafirmando a Declaração de Panmunjon, de 27 de abril de 2018, a Coreia do Norte se compromete a trabalhar em direção à completa desnuclearização da península coreana;

4 - Os EUA e a Coreia do Norte se comprometem a recuperar os restos mortais de prisioneiros de guerra, incluindo a imediata repatriação daqueles já identificados.

Na avaliação de Trump, o documento está “bastante completo” e mostra que os países estabeleceram uma ligação especial após a sua assinatura. Em entrevista logo depois do encontro, o presidente americano afirmou que Kim aceitou o seu convite para visitar a Casa Branca e que ele pretende visitar Pyongyang “em um certo momento”.

“Aprendi que ele é um homem muito talentoso que ama muito seu país. É um negociador de valor, que negocia em benefício de seu povo”, afirmou.

O presidente americano disse que a Coreia do Norte “já está destruindo seus principais centros de testes nucleares”, mas que as sanções econômicas serão mantidas por enquanto. Adotadas entre 2017 e 2018, as sanções tem o objetivo de pressionar Pyongyang a reduzir seus programas nuclear e armamentista.

Nesta terça, Trump afirmou que vai pressionar o país a abandonar a produção de armas nucleares o mais rápido que puder, mas reconheceu que esse processo pode levar um tempo.

Kim Jong-un e Donald Trump sorriem ao se cumprimentar durante reunião em
Singapura -(Foto: Kevin Lim/The Straits Times via AP)

Redução nas tensões

A mudança de tom de Kim Jong-un com relação à vizinha Coreia do Sul começou em seu discurso de ano novo, em janeiro de 2018, quando propôs o envio de uma equipe às Olimpíadas de Inverno, em PyeongChang (Coreia do Sul).

A aproximação entre as coreias levou à organização do encontro de Panmunjon, zona desmilitarizada entre os dois países, em que os dois países firmaram um primeiro compromisso de desnuclearização da península e um acordo de paz para acabar com a guerra entre os países ainda em 2018.

O encontro foi visto como uma preparação para o encontro com o presidente do Estados Unidos. Na época, Trump comemorou o avanço nas relações de paz, mas se mostrou ponderado. “Depois de um ano furioso de lançamento de mísseis e testes nucleares, um encontro histórico entre Coreia do Norte e Coreia do Sul está ocorrendo agora. Boas coisas estão acontecendo, mas só o tempo dirá”, também afirmou no Twitter.

Em abril, o então diretor da CIA e atual secretário de Estado americano, Mike Pompeo, viajou para a Coreia do Norte, onde teve um encontro secreto com Kim Jong-un, mostrando um avanço nas relações entre os dois países. Ele voltou de lá com três americanos que tinham sido detidos por Pyongyang por suspeita de atividades anti-estatais.

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