18 de Abril de 2024 -
 
20/08/2014 - 19h30
PSB oficializa chapa presidencial com Marina Silva e Beto Albuquerque
A mudança na cabeça de chapa é anunciada uma semana depois da morte de Eduardo Campos
Redação O Globo
OGlobo/DA

Após reunir a Comissão Executiva Nacional do partido, o PSB anunciou na noite desta quarta-feira (20) a ex-senadora Marina Silva como candidata a presidente da República e o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) como candidato a vice.

O anúncio foi feito após a reunião, na sede do partido, em Brasília. Segundo Beto Albuquerque, a chapa recebeu aprovação unânime da executiva. Com a decisão, a legenda tem até o próximo sábado (23) para registrar a nova chapa junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

IMAGEM DE EDUARDO, MARINA E BETO EM CAMPANHA

A mudança na cabeça de chapa é anunciada uma semana depois da morte do candidato Eduardo Campos em um acidente aéreo, em Santos (SP) – Marina Silva era a candidata a vice. Além do ex-governador de Pernambuco, morreram outras seis pessoas, dos quais dois pilotos e quatro assessores de campanha.

Ao chegar à sede do PSB, por volta das 20h, Marina Silva afirmou que “deve” responsabilidades ao partido, em razão do compromisso assumido no ano passado ao formar a chapa com Eduardo Campos.

"Aqui há um compromisso com as responsabilidades já assumidas, construídas ombro a ombro, noite e madrugadas adentro sob a liderança de Eduardo. Recebi de uma forma muito afetuosa uma carta que eu chamo de carta-inventário, onde o presidente Roberto Amaral me diz qual é o significado da luta, da trajetória desse partido e que agora juntos temos a responsabilidade de ajuda-lo a se erguer após a perda irreparável que sofreu", declarou Marina Silva, que ao final do discurso repetiu o bordão criado por Eduardo Campos: "Não vamos desistir do Brasil".

Albuquerque disse que ele e Marina não deixarão "pela metade" a herança política de Eduardo Campos. "Estou aqui para fazer o que o Eduardo me disse ao longo desses 20 anos. Ele que dizia que nunca podemos deixar nada pela metade. Eu e Marina estamos aqui porque não vamos deixar pela metade o legado de Eduardo", afirmou.

As conversas internas entre dirigentes do PSB e dos demais partidos da coligação Unidos pelo Brasil em torno do nome de Marina começaram na semana passada. A cúpula da legenda decidiu aguardar o sepultamento e as últimas homenagens a Campos para fazer o anúncio oficial da sua substituta, mas desde o último sábado (16) o nome da ex-senadora já é tido como certo.

Dirigentes pessebistas apontaram como "natural" a escolha de Marina Silva, que ficou em terceiro lugar na disputa presidencial de 2010 – atrás de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) –, com quase 20 milhões de votos ou 19% da preferência do eleitorado.

A escolha do candidato a vice-presidente, porém, não foi simples. A direção do PSB, partido que tinha preferência na indicação do candidato, queria encontrar um nome que fosse um quadro "orgânico" do partido, ou seja, que fosse filiado desde o início da sua trajetória política. Além disso, o candidato deveria ser da confiança da família Campos, especialmente da viúva Renata, e ter boa relação com Marina Silva.

A preocupação do partido em escolher um nome que tenha ligação estreita com Campos se deve ao fato de que Marina Silva não é considerada uma representante legítima do PSB, mas sim da Rede Sustentabilidade. Ela é uma das fundadoras da legenda que teve seu registro barrado pela Justiça Eleitoral e por isso não pôde lançar candidatos na eleição deste ano.

Além de Beto Albuquerque, outros socialistas foram apontados como possíveis candidatos a vice, entre os quais a própria viúva Renata Campos, considerada pelo presidente do PSB, Roberto Amaral, "a grande liderança" do partido atualmente. A ex-prefeita de São Paulo Luiz Erundina; o coordenador do programa de governo do PSB Maurício Rands; o ex-secretário do governo de Pernambuco Danilo Cabral e o ex-ministro Fernando Bezerra foram outros nomes cogitados entre os dirigentes.

A opção por Albuquerque, conforme adiantou o Blog do Camarotti nesta terça-feira (19), foi acordada entre o PSB e a família de Eduardo Campos, em razão de o deputado ser próximo a Marina e pessoa de confiança do ex-governador de Pernambuco. O nome, porém, sofreu resistência por parte da seção regional do partido em Pernambuco, que tinha preferência por um quadro cuja base eleitoral fosse o Nordeste.

A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na segunda (18) – a primeira após a morte de Campos –, apontou Marina Silva em segundo lugar na disputa pelo Palácio do Planalto com 21% das intenções de voto, empatada tecnicamente com o tucano Aécio Neves (20%) e atrás de Dilma Rousseff (36%). Em eventual segundo turno com a candidata petista, Marina teria 47% das intenções de voto, contra 43% de Dilma.

Marina Silva

A ex-senadora é conhecida por defender causas relacionadas à proteção do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável. Marina Silva, assim como Eduardo Campos, chegou a ser ministra do governo Luiz Inácio Lula da Silva, ao chefiar a pasta do Meio Ambiente.

Nascida no Acre e filha de seringueiro, Marina diz publicamente que uns de seus principais mentores na vida política são o ex-presidente Lula e o ativista ambiental Francisco Alves Mendes Filho, conhecido como Chico Mendes, que foi assassinado em 1988.

Em 2010, Marina Silva se candidatou ao Planalto pelo Partido Verde (PV) e obteve no primeiro turno 20% das intenções de voto. À época, disputaram o segundo turno Dilma Rousseff (PT) e o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB).

Beto Albuquerque

Líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque está no seu quarto mandato consecutivo como deputado federal pelo partido. Gaúcho natural de Passo Fundo, o político já trabalhou para o governador petista Tarso Genro como secretário de Infraestrutura e Logística de 2010 a 2012.

Nas eleições de 2014, abriu mão de tentar a reeleição à Câmara dos Deputados para disputar uma vaga no Senado Federal e, segundo recente pesquisa eleitoral, estava em terceiro lugar na intenção de voto. A candidatura atendia a um pedido do partido, que apoia a candidatura do peemedebista José Ivo Sartori ao governo do Rio Grande do Sul.

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