20 de Abril de 2024 -
 
24/06/2016 - 09h00
Mais quatro indígenas passam por exame de corpo de delito em MS
Um dos seis índios que foi internado continua no hospital em Dourados. PF tem 20 dias para concluir o inquérito sobre conflito em Caarapó (MS)
G1 MS
Indígenas feridos em confronto fazem exame de corpo de delito em MS (Foto: Divulgação)

Mais quatro indígenas feridos no confronto com produtores rurais na fazenda Ivu, em Caarapó, fizeram o exame de corpo de delito nesta quinta-feira (23) na Unidade Regional de Perícia e Identificação de Dourados. Dos seis índios internados, apenas um continua no Hospital da Vida.

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), pelo menos 10 indígenas devem fazer o exame por causa de ferimentos. Dois deles foram feridos por balas de borracha e outros dois chegaram a ficar internados.

Na quarta-feira (22), três indígenas passaram pelo exame e dois deles teriam sido atingidos por 15 balas de borracha durante conflito. O outro vai ficar com uma bala de arma de fogo alojada.

O conflito aconteceu no último dia 14 de junho na Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá I. O agente de saúde indígena, Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, morreu e seis ficaram feridos. Além do local onde ocorreu o confronto, os indígenas ocuparam outras áreas da fazenda Ivu e mais quatro propriedades, segundo o Cimi.

Os laudos dos exames serão repassados para a Polícia Federal para instrução dos autos porque são a “materialidade do delito”. O inquérito por portaria tem 30 dias para ser concluído a partir da data do fato. Sobre o ocorrido, ainda restam 20 dias para ser finalizado e apontar os responsáveis.

Além do inquérito da PF, o Ministério Público Federal (MPF) está coletando depoimentos. Em relação aos suspeitos, os depoimentos são feitos pela polícia. Segundo a assessoria do MPF, a Justiça decretou sigilo do procedimento.

Reféns

Após confronto, militares acabaram rendidos pelos indígenas por duas horas depois de o pneu da viatura furar. Eles tiveram as armas de fogo e coletes tomados, a viatura queimada e três sofreram ferimentos leves.

Segundo o tenente-coronel, Carlos Silva, a equipe foi recebida a tiros e há suspeita de que índios paraguaios estejam entre os indígenas brasileiros. Eles acompanhavam a equipe do Corpo de Bombeiros.

A assessoria da PM informou ao G1 que os três policiais já fizeram exame de corpo de delito. Eles continuam afastado para tratamento médico.

Segurança

O Ministério da Justiça (MJ) autorizou o enviou da Força Nacional no dia do conflito. De acordo com a assessoria do MJ, os militares vão continuar na região por tempo indeterminado. A tropa está atuando em ações de segurança pública, por meio de policiamento ostensivo, com o objetivo de garantir a incolumidade das pessoas, do patrimônio e a manutenção da ordem pública, na área de ocorrência de conflitos entre índios e não índios.

As interlocuções com os índios continuam sendo realizadas, encabeçadas pelo procurador do Ministério Público Federal (MPF), Marco Antônio, e por um representante da Funai.

Outras mortes
Em agosto de 2015, cerca de 80 indígenas ocuparam cinco fazendas vizinhas à aldeia em Antônio João (MS). Durante retomada feita por fazendeiros, os dois grupos entraram em confronto e um indígena foi encontrado morto perto de um córrego, dentro de uma das fazendas.

Em maio de 2013, confronto entre indígenas e policiais durante a reintegração de posse de uma fazenda ocupada em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, deixou um índio morto e vários outros feridos.

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