19 de Abril de 2024 -
 
17/01/2017 - 14h30
Marquinhos 'não admite invasões' e vai retirar famílias à força de terrenos
Prefeito não poupou palavras para falar sobre a 'favelização' da cidade
Kerolyn Araújo
Topmidianews
Foto: Geovanni Gomes

O prefeito Marquinhos Trad, do PSD, afirmou que não vai permitir invasões em áreas públicas. Trad afirmou que a prefeitura não fez nenhum tipo de levantamento referente às invasões em áreas em Campo Grande e que todas às que foram comunicadas, três eram públicas e foram interpeladas. O restante, ocorre em áreas privadas.

"Não vamos admitir invasões dentro de Campo Grande. De todas, somente três são públicas e já formam interpeladas", comentou. E avisa que novas invasões em áreas públicas, todos serão retirados, seja por "notificação, decisão judicial ou força policial".

Por fim, revela que as invasões que ocorre em áreas particular, Marquinhos disse que somente os proprietários das áreas podem tomar uma atitude. "A gente não pode entrar sem ordem. Nesta caso, ele deve pedir a reintegração de posse".

Áreas invadidas

O prefeito confirmou que tomou conhecimento de novas áreas invadidas em Campo Grande. Segundo, há uma área localizada no Jardim Montevidéu. "No Nova Campo Grande fomos avisados, mas lá os moradores estavam apenas cercando o local para ninguém jogar lixo. E atrás do Morada Verde, todas as famílias saíram".

Durante visita aos bairros, foi identificadas outras áreas, em que aproximadamente 500 famílias da Capital invadiram a área abandonada pela empresa mexicana Homex, no bairro Paulo Coelho Machado. O local, que estava tomado por mato, agora está ocupado por barracos de lona.

De acordo com o autônomo Carlos Macedo, 40 anos, ele e a família estão no local há cerca de 10 dias e já tem o aval da prefeitura para construir a casa no terreno. "Os fiscais vieram aqui e informaram que a área não é da prefeitura, mas sim da Homex. Como eles abandonaram o espaço há mais de cinco anos, resolvemos invadir", explicou.

Conforme Carlos, os moradores não fazem parte de nenhum movimento e também não possuem nenhum líder. "Somos apenas trabalhadores que ainda moramos de aluguel e queremos a casa própria", ressaltou.

Assim como Carlos, a auxiliar de serviços gerais Vilma Greidi, 34 anos, também está com a família no local há uma semana em busca do sonho da casa própria. 

"Viemos pra cá quando a notícia da invasão se espalhou. Estou há mais de 10 anos esperando por uma casa da prefeitura, mas nunca sai. Todo ano renovo a inscrição, mas até agora nada. Por isso resolvi invadir uma área. Não sei se a prefeitura vai tirar a gente daqui, se vão dar casas ou não. Não temos certeza de nada", disse.

Segundo a prefeitura, a invasão de terrenos, seja público ou particular, é ilegal e configura crime. Os ocupantes serão notificados para deixarem a área e, caso se neguem a sair, serão adotadas medidas judiciais cabíveis de reintegração de posse. Ainda conforme informações da administração municipal, invasores ficam impossibilitados de participarem do cadastro de programas sociais de habitação.

 Homex

A empresa mexicana Homex começou a construir casas em Campo Grande no ano de 2012. Das três mil construções, a empresa vendeu 700, mas deixou de entregar 272.

Após abandonar as obras com dívidas milionárias, a empresa foi alvo de CPI pela Câmara Municipal de Campo Grande no ano de 2013. Na época, os parlamentares chegaram a pedir o bloqueio de bens da construtora para tentar cobrir as dívidas.

 

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