19 de Abril de 2024 -
 
29/05/2017 - 18h50
Eduardo Cunha pede ao Supremo anulação de delação da JBS
Defesa quer anular também medidas autorizadas com base em alvos da colaboração
POR ANDRÉ DE SOUZA
O Globo

BRASÍLIA - O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja anulada a delação premiada de executivos do frigorífico JBS. Eles solicitou ainda que todos os atos resultantes da colaboração - que levou a Polícia Federal (PF) a cumprir vários mandados contra diversos alvos, entre eles o próprio Cunha - também sejam anulados. Pediu ainda que o caso seja distribuído entre todos os ministros, e não caia automaticamente no gabinete de Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava-Jato no STF.

O ex-deputado Eduardo Cunha está preso em Curitiba, desde outubro do
ano passado - Geraldo Bubniak / 20-10-2016

Entre outras coias, Fachin decretou a prisão de Cunha. Mas mesmo que essa decisão seja derrubada, há outros decretos contra o ex-deputado. Assim, na prática, isso terá pouco efeito prático.

Na avaliação da defesa de Cunha, o acordo de delação da JBS fere os princípios constitucionais da proporcionalidade e razoabilidade. Isso porque os delatores admitiram pagamentos milionários de propina, mas não vão sofrer nenhum denúncia por parte do Ministério Público Federal (MPF).

"Para perplexidade geral, o douto MPF uniu, no presente acordo, a hipotética prática de incontáveis delitos em detrimento da Administração Pública e de outros bens jurídicos coletivos, com o pagamento de aproximadamente R$ 400 milhões em propina ou caixa dois, e o 'não oferecimento de denúncia' em desfavor dos delatores", escreveram os advogados Luiz Gustavo Pujol e Rodrigo Sánchez Rios.

A defesa destacou também que as acusações contra Cunha dizem respeito a desvios na Caixa Econômica e no Fundo de Investimentos do FGTS em benefício do grupo J&F, controlador da JBS. Assim, não há relação com a Petrobras ou com a Lava-Jato e, por consequência, o caso não deveria ficar com Fachin.

"Dessa forma, resta indene de dúvidas que Sua Excelência, o Ministro Edson Fachin, somente é competente por prevenção para os casos que possuam íntima e direta relação com alegados ilícitos penais perpetrados em desfavor da Petrobras, os quais envolviam supostos contratos celebrados por suas diretorias", escreveram os defensores de Cunha.

publicidade
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
© 2013 - AgoraNews.com.br - Todos os Direitos Reservados

É expressamente proibida cópia, reprodução parcial, reprografia, fotocópia ou qualquer forma de extração de informações deste sem prévia autorização dos autores conforme legislação vigente.