É aà que a tecnologia apresenta seu maior diferencial. "Embora não garanta sozinha a solução para tais problemas, seus principais benefÃcios estão relacionados à saúde pública, porque proporciona o fornecimento de uma carne inspecionada e de qualidade à população", diz o pesquisador da Embrapa SuÃnos e Aves, Elsio Figueiredo. Ele explica que, para receber o selo de inspeção, o produtor deve cumprir normas especÃficas.
Por isso, a tecnologia contribui para facilitar a legalização fiscal da atividade e, por consequência, proporciona o desenvolvimento socioeconômico da região de atuação, de acordo com o especialista: "Pequenos produtores, antes marginalizados, vão se apoderar de uma das etapas cruciais na produção animal e, posteriormente, o processamento".
Utilizando Ãndices produtivos de uma cooperativa catarinense que atua no ramo suinÃcola, seriam necessários cerca 390 suinocultores com 17 matrizes cada um, em um sistema de ciclo completo, para abastecer a instalação em sua configuração de maior capacidade.
Os custos de implantação calculados pela Embrapa mostram que um abatedouro fixo convencional exigiria um investimento inicial mÃnimo de mais de R$ 1,2 milhão.
Para atender os municÃpios no modelo proposto, por exemplo, o valor ultrapassaria os R$ 6 milhões, calculando o custo de cinco abatedouros.
Já o desembolso inicial para um abatedouro móvel, incluindo estruturas complementares, totalizaria R$3,9 milhões ou R$ 785,5 mil ao dividir os custos entre as cinco localidades beneficiadas. A diferença entre os dois investimentos ultrapassaria R$ 2,2 milhões.
"Caso fosse utilizado um abatedouro móvel de capacidade igual ao fixo e compartilhado entre cinco empreendimentos, sua utilização quintuplicaria e, com isso, o custo de abate seria pouco superior a R$ 25 por animal", afirma o Wilbert.
O equipamento pode ser adaptado à s caracterÃsticas estabelecidas pelos usuários e ao sistema de inspeção a que a produção será submetida.
Após o corte, as carcaças seguem para a câmara fria, estrutura que pode ser móvel ou fixa. As áreas "suja" e "limpa" têm entradas exclusivas e, em cada uma delas, há uma pia para higienização.
Instalado sobre a estrutura de um semirreboque, o abatedouro precisa ser tracionado por um caminhão tipo "cavalo rebocador" para ser transportado entre os pontos de produção.
Esses locais devem ter uma estrutura de apoio para a operação, imprescindÃvel para o bom funcionamento da tecnologia e para o cumprimento integral das leis e normas nacionais de licenciamento ambiental e sanitário.
Conforme exigido nas normas de inspeção, os animais devem ser alojados em currais de espera, possibilitando a realização de inspeção ante-mortem pelo fiscal sanitário.
Todas essas estruturas podem ser modulares, construÃdas, inclusive, no interior de contêineres. Isso facilita a instalação do abatedouro, influenciando diretamente o tempo de implantação.
Os dejetos e resÃduos devem receber o destino adequado conforme legislação ambiental. As vÃsceras não comestÃveis, pelos, e sangue podem ser encaminhados para a compostagem, por exemplo, e o lodo e os resÃduos da higienização para lagoas de tratamento.
Essas soluções são as mais fáceis e econômicas, mas outras medidas podem ser tomadas dependendo do caso.
A pesquisa de desenvolvimento desses modelos conta com a participação de outros centros de pesquisa da Embrapa: Caprinos e Ovinos (CE); Pesca e Aquicultura (TO) e Pecuária Sul (RS).
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